“Minha Casa Minha Vida”: Mais
de R$ 50 milhões do governo federal sendo engolidos pelo matagal
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Um dos principais programas de
atendimento as famílias carentes do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida”, iniciado
em março de 2012 em Tucuruí, em uma área totalmente inviável para a construção
de residências, em função aos desníveis do local, e que foi adquirida pelo
montante de R$ 3,5 milhões, para a construção do residencial “Cristo Vive” novamente
volta a ser interditada pelos funcionários da empresa contratada para a
conclusão das obras a Tech Casa, segundo os trabalhadores, em função ao atraso
de mais de dois meses dos seus salários.
Conheça o histórico desta obra
da “Minha Casa Minha Vida” - A empresa vencedora da licitação foi a Construtora
Efece LTDA do Grupo VFR, que iniciou as obras em março de 2012, prometendo
entregar a metade das casas na chave, ao final do ano de 2012, mas infelizmente
isso não ocorreu, e passado 4 anos do início da obra, nenhuma unidade
habitacional do residencial “Cristo Vive” foi completamente finalizada, e a
empresa contratada Efece LTDA recebeu mais de 70% do total dos mais de R$ 50 milhões
disponibilizados para a construção das 1.000 casas, em função aos péssimos serviços
prestados, a Caixa Econômica Federal rompeu o contrato, e a empresa tentou
fugir da cidade devendo os seus funcionários, mas em função a intervenção do
jornalista Wellington Hugles tudo foi esclarecido e os funcionários não tiveram
um calote maios, recebendo uma parte de seus salários.
É fato que, o BNDES
financiador da obra, através da Caixa Econômica Federal fiscalizadora da
execução, e do andamento da construção das 1.000 unidades habitacionais do
Programa “Minha Casa Minha Vida”, vinha cumprindo os pagamentos das medições
apresentadas através dos relatórios de produção, mas em setembro de 2013, após
a realização de uma vistoria, coordenada por uma equipe técnica vinda de
Brasília, da Gerência Central da Caixa Econômica Federal, ficou perplexa,
quando se depararam com as disparidades entre o projeto original e o material
que estava sendo utilizado para a construção das unidades habitacionais
populares em Tucuruí, com isso, após o relatório da equipe, a administração da Caixa
decidiu reavaliar a obra, e suspendeu todos os pagamentos das medições
pendentes, rompendo o contrato com a Efece LTDA.
Um projeto que está custando
aos cofres do Governo Federal o montante de R$ 51 milhões, com o objetivo de
garantir moradia para 1.000 famílias, através do programa “Minha Casa Minha
Vida”, surgindo um novo bairro, com quase 10 mil habitantes, mas, está com as
obras de construção e finalização das unidades residenciais, suspensas há meses,
sendo engolidas pelo matagal e pela erosão das chuvas, iniciando inclusive, a
deterioração da estrutura que já estão comprometidas pelo material inferior
utilizado, e o que é pior, devido o local ser formado por morros, com as chuvas,
a grande quantidade de água pluvial do período chuvoso, escavou as paredes laterais,
correndo o risco de todos os recursos investidos pelo governo federal virarem ruínas.
Após todos estes problemas,
com o cancelamento do contrato de construção com a empresa Efece LTDA, outra
empresa foi contratada através de licitação da Caixa Econômica Federal a Tech
Casa, que mesmo com uma grande estrutura já instalada em Tucuruí, passa pela
terceira vez com problemas com o atraso dos pagamentos dos salários dos funcionários.
Manifestação - Na manhã desta segunda-feira
(31), os trabalhadores do canteiro de obras do residencial “Cristo Vive”,
realizaram piquetes e queimaram dezenas de pneus na entrada da obra, para
cobrarem providências dos dirigentes da Tech Casa na resolução dos pagamentos
dos salários atrasados, prometendo ficarem no local por tempo indeterminado até
que sejam pagos os salários devidos.
A equipe de reportagem procurou
a gerência da empresa Construtora Tech Casa, no canteiro de obras em Tucuruí,
mas foi orientado que só a gerência geral, com sede em São Paulo, poderia
prestar informações com referência as denúncias dos trabalhadores.
Cadastro – Diversas entidades sociais
de Tucuruí denunciaram que o cadastramento para as famílias carentes, que
teriam o direito a uma unidade habitacional no Residencial “Cristo Vive” do
governo federal, foi realizado no período eleitoral das eleições municipais, no
início do ano de 2012, e que, muitos dos candidatos se valeram deste “subterfúgio”
para garantir uma “moeda de troca” no momento da conquista do voto.
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