WELLINGTON
HUGLES
De
Tucuruí
Foto:
Wellington Hugles
A
construção da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia –
UNACON, em uma área do Hospital Regional de Tucuruí, foi formatado em 2010, no
governo Ana Julia Carepa, que deixou programado no orçamento de 2011 recursos
necessários para sua construção, e aquisição de equipamentos, seu contrato foi efetivamente
concluído e publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10 de agosto de 2011,
sendo a empresa Quadra Engenharia Ltda, responsável pela obra, que recebeu o
valor de R$ 3.878.836,01.
As
obras iniciaram ainda no governo de Ana Julia Carepa, que deixou recursos
alocados no orçamento do estado para 2011 e convênio assinado com o Ministério
da Saúde que realizou a liberação de verbas federais para a conclusão das obras
e a entrada em funcionamento da Unacon. Todos os equipamentos da unidade foram
adquiridos, inclusive o reator nuclear para o tratamento de quimioterapia ainda
em 2010.
A
entrada em funcionamento da Unacon estava prevista a priori, para o início do
mês de agosto de 2012. A Unacon atenderia a demanda de 1.000 pacientes ao mês,
das regiões Sul e Sudeste do estado: Jacundá, Tailândia, Goianésia do Pará,
Pacajá, Novo Repartimento, Breu Branco, e sua sede Tucuruí.
No
projeto original, após a construção da Unacon, o Hospital Regional de Tucuruí,
seria revitalizado e adequado para o funcionamento dos novos serviços de alta
complexidade como retaguarda da unidade de oncológica, que necessitará de
leitos para a internação dos pacientes em tratamento.
A
vigência do contrato da obra, inicialmente foi de 365 dias, iniciada em
10/08/2011 e com data final para agosto de 2012, sendo encerrada apenas em
abril de 2013, quando foram concluídas as obras civis, com um atraso de quase
um ano.
A
Unacon que compõem a estrutura administrativa do Hospital Regional de Tucuruí
deveria estar dotada de equipamentos de: Quimioterapia, Radioterapia e
Hematologia, para o tratamento adulto e pediátrico, sendo 100% pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
A
construção da unidade passou por todas as normas de aprovação do projeto
arquitetônico através do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Vigilância
Sanitária e Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Com
a possibilidade da entrada em funcionamento da unidade, pacientes de Tucuruí e
de dos municípios vizinhos, como: Breu Branco, Jacundá, Novo Repartimento,
Goianésia do Pará, Tucuruí e Tailândia, estavam ansiosos para o início do
tratamento no Unacon do Hospital Regional, desde o diagnóstico, até a
radioterapia, que é a parte final do tratamento, mas em função a falta de
atenção e o descaso, por parte do governo Simão Jatene, mesmo com as obras
concluídas desde o mês de maio de 2013, ou seja, já passado 18 meses, a Sespa
não criou nenhuma oportunidade da entrada em funcionamento, mesmo com a
instalação dos equipamentos como o reator nuclear, já testado, e em pronto
funcionamento, para o tratamento em radioterapia, inclusive, o governo do
estado, esta pagando mensalmente o valor de R$ 42 mil, para um técnico nuclear,
desde o mês de março/2014, que vem recebendo estes valores mais não está
atuando, devido a Unacon não esta em funcionamento, fechada, com seus
imobiliários e equipamento caríssimos, desgastando-se pelo tempo, colocando em
risco até a inutilização dos equipamentos como o reator nuclear, deixados pelo
governo Ana Julia, em 2010.
Via Crucias - Os pacientes que precisam do tratamento oncológico e
de hemodiálise, são obrigados a passar por uma via crucias, mesmo com a Unacon
já em condições de funcionamento em Tucuruí, continuam a se deslocarem ao
Hospital Ofir Loiola, referencia no tratamento de câncer, em Belém, para a
possibilidade da manutenção de suas vidas.
Segundo
a dona de casa Marlene Freitas, 59 anos, diagnosticada de câncer no colo do
útero, já há quatro anos, sofre com as viagens mensais, e as internações
ininterruptas para o tratamento radiológico, na capital, distante da atenção e
do afeto de seus familiares, “eu pensei que o governo seria para dar melhores
dias para os enfermos, pelo contrário, este governo Jatene, “maltrata e
humilha”, a gente que é paciente cancerígeno, somos tratadas como uma sub-raça,
ficando a mercê da própria sorte”.
Hemodiálise – Mesmo com as promessas mirabolantes de Simão Jatene,
anunciadas em março de 2012, que instalaria 10 cadeiras para o tratamento de
Hemodiálise, em uma das alas do Hospital Regional de Tucuruí.
O
projeto foi engavetado, mesmo com a celebração de parceria com a Eletrobras
Eletronorte, que em contrapartida, tinha se colocado a disposição para realizar
a reforma e a adequação de uma das alas do Hospital de Tucuruí, para a
instalação deste serviço de vital importância aos pacientes da região.
Mas
sendo inviabilizada, em função a liberação das alas do HRT para que o seu
aliado político o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira, instalasse a
Maternidade Municipal que foi transferida desde o ano de 2010, do seu prédio do
Hospital Municipal para dentro do Hospital Regional do Governo do Estado de
Média e Alta Complexidade, frustrando as expectativas de milhares de pacientes
desta região, de serem beneficiados com o tratamento em hemodiálise, próximo as
suas familiares, sendo obrigada a continuidade de se deslocarem semanalmente
para Belém ou Marabá, para realizarem este tratamento, causando um grande
desconforto e sofrimento aos enfermos.
A
Unacon faz parte do projeto Expande, do Instituto Nacional do Câncer (Inca),
que tem a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria de Estado
de Saúde Pública (Sespa) e Secretarias Municipais de Saúde.
A
finalidade Uancon era torná-la mais uma referência para o atendimento de
pacientes com câncer no Estado, reduzindo a demanda para o Hospital Ofir Loyola
(HOL), em Belém.
A
população de Tucuruí e região tentaram por diversas vezes sensibilizar o
governador do estado Simão Jatene, para colocar em funcionamento a Unacon, haja
vista, sua estrutura estar totalmente finalizada, mas por diversas vezes foram
informados pela sua assessoria do governo, que dentro da agenda mínima de
governo, a região Sul e Sudeste, não estava contemplada com investimentos neste
setor, com isso, o sonho da população da região Sul e Sudeste do estado,
tornou-se um pesadelo, restando apenas um grande “elefante branco” sem nenhuma
utilidade, edificado em frente ao Hospital Regional de Tucuruí, custeado pelos
cofres públicos do governo federal e do estado no valor de quase R$ 4 milhões.
Mas
o maior prejuízo e a perda de dezenas de pacientes enfermos, que em função a
escassez e as dificuldades para os tratamentos, vão a óbito em toda a região,
sem o auxilio do governo do estado para o tratamento e a manutenção de suas
vidas, deixando as famílias enlutadas pelas perdas repentinas, em função a
gravidade da doença e a inexistência do braço do governo do estado na garantia
do tratamento, mesmo com uma Unacon finalizada em Tucuruí, mas sem
funcionamento.
A
equipe de reportagem tentou contato com a direção do Hospital Regional de
Tucuruí, mas foi informado que qualquer esclarecimento com referência a Unacon,
deveria ser encaminhado diretamente para a direção da Sespa, e mesmo após
diversos contatos telefônicos e envios de e-mails, a assessoria da Sespa, até o
fechamento desta edição não encaminhou nenhuma posição oficial, com referência
a data prevista para a entrada em funcionamento da Unacon de Tucuruí.
Maternidade
Municipal – As vésperas das eleições, o governo do estado firmou convênio com o
prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira, aliado político de Simão Jatene, para o
início das obras de reforma do Hospital Municipal e da Maternidade de Tucuruí,
para que possa ser liberado o espaço das alas necessárias dentro do Hospital
Regional de Tucuruí, para a implantação da retaguarda necessária para a
implantação de leitos aos pacientes em tratamento de oncologia e instalação das
cadeiras para o tratamento de hemodiálise, fato que ocorreu só após 3 anos de
sua instalação dentro do regional, e que o governo do estado, só tomou estas
providências em função a RECOMENDAÇÃO Nº 44/2014, do MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL, por meio do Procurador da República Paulo Rubens Carvalho Marques e do
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, através dos Promotores de Justiça Francisco
Charles Pacheco Teixeira, Adriana Passos Ferreira, Francisca Suênia Fernandes
de Sá e Amanda Luciana Sales Lobato, que recomendaram o prazo máximo até o dia
30 de Julho de 2014, para a inauguração e entrada imediata em funcionamento
deste patrimônio, custeado com recursos do Governo Federal e Estadual, a
Unacon, prazo este que não foi cumprido pelo governador Simão Jatene.
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