WELLINGTON HUGLES
De Goianésia do Pará
Foto: Wellington Hugles
A população da cidade de
Goianésia do Pará, localizada as margens da PA 150, distante 350 km da capital
Belém, na região sudeste do estado, atravessa um dos mais preocupantes surtos de
meningite já ocorrido na cidade. Três casos já foram registrados, sendo que
dois já foram confirmados, e o número poderá aumentar após a realização de
exames especializados nas pessoas que ficaram expostas a doença.
Desde o início do ano de 2015,
o funcionário público do estado, lotado na Delegacia de Polícia Civil de Goianésia
do Pará, o investigador conhecido como “Doca”, vinha sentindo febre alta
repentina, forte dor de cabeça, o pescoço estava rígido, com muitas náuseas e vômitos,
chegando a grande sonolência e fotossensibilidade, bem como acentuada falta de
apetite, culminando com rachaduras e presença de manchas vermelhas na pele. Sinais
comuns em casos de meningite, quando manifestados, mas que são facilmente
confundidos com os sintomas típicos da gripe. Eles geralmente aparecem em algumas
horas podendo se estender até dois dias após a infecção.
O Policial Civil chegou a ser
internado no Hospital Municipal de Goianésia do Pará, mas que em função ao
agravo em seu quadro clínico, foi transferido imediatamente para Belém, onde
está sendo assistido, e encontra-se isolado já passando pelo tratamento de
Meningite.
Na tarde deste domingo (11), a
funcionária pública municipal de Goianésia do Pará, Maria Claudiene de Souza
Pinho, de 24 anos, que trabalha no setor de limpeza do hospital, começou a
apresentar os mesmos sintomas, sendo isolada em um leito improvisado naquela unidade
de saúde, mas que não garante em nada o seu tratamento, muito menos o seu isolamento
da doença, para evitar o contágio dos outros pacientes e servidores, culminando
ainda, com a falta de medicação adequada para o tratamento, haja vista, já ter se
esgotado a reserva dos remédios, em função ao período de encubação da doença no
policial civil, todos os outros servidores lotados na Delegacia de Goianésia do
Pará, que conviviam com ele, procuraram o Hospital Municipal em busca de medicação
preventiva para o combate da Meningite.
Outra situação que está
causando preocupação é a que passam os detentos da Delegacia de Goianésia do Pará,
que também conviveram com o policial civil, infectado com meningite, e que estão
ameaçados do contágio.
Segundo informações, muitos dos
presos que não são de justiça, chegaram a ser liberados para evitar a contaminação
dentro das celas da delegacia, inclusive, na tarde desta segunda-feira (12), será
realizada a lavagem geral da delegacia com produtos químicos, além da pintura das
selas para evitar a contaminação dos detentos.
Descaso – A Prefeitura de Goianésia
do Pará está tentando de todas as formas “abafar” a situação de calamidade pública,
inclusive a própria Vigilância Sanitária da cidade, informou que não existe
nenhuma contaminação ambiental na delegacia e no Hospital Municipal, mas os
casos de suspeitas de meningite estão se proliferando em toda a cidade, haja
vista, a grande quantidade de pessoas que procuram e convivem no hospital diariamente,
e que ficaram expostas a doença, além dos presos que foram liberados para suas
casas, com isso, é necessário que o Governo do Estado, através da Sespa,
intensifique imediatamente uma campanha de prevenção e de tratamento dos casos suspeitos
de meningite, bem como, a transferência imediata da funcionária municipal Maria
Claudiene de Souza Pinho, que se encontra sem nenhum tratamento especializado,
em uma sala improvisada dentro do hospital municipal em Goianésia do Pará,
estando exposta a uma evolução de piora, em seu quadro clínico.
A equipe de reportagem procurou
a sede da Prefeitura de Goianésia do Pará, em busca de um posicionamento do prefeito
João Gomes, conhecido como “Russo”, mas o mesmo não foi encontrado. Já na sede
da Secretaria de Saúde da cidade, em função ao período de recesso administrativo,
ninguém também foi localizado para dar esclarecimentos à situação da suposta epidemia
de meningite.
A direção do Hospital Municipal
de Goianésia do Pará informou que não existe nenhum caso de meningite
confirmado na cidade, e que dentro daquela unidade de saúde, existe apenas uma paciente
que inclusive e funcionária municipal, internada com suspeita de meningite, mas
que se encontra em tratamento e em observação.
Os familiares da funcionária
do hospital municipal Maria Claudiene de Souza Pinho, desmente a diretora, e
afirmam que já foi confirmada sua infecção por meningite, com a comprovação após
o resultado de exame, e que a diretora está seguindo a orientação do gestor
municipal “Russo”, tentando a qualquer custo “abafar” o caso, para evitar uma repercussão
negativa contra sua administração, em função ao colapso evidente que atravessa
o setor da saúde na gestão municipal.
Os funcionários do estado e da
prefeitura municipal, além de toda a população, aguardam um posicionamento
urgente da Secretaria de Estado de Saúde, intervindo no município, iniciando
uma força tarefa emergencial, para evitar uma epidemia ainda maior, que poderá se
alastrar rapidamente em toda a cidade, podendo se expandir pela região,
colocando a população em uma situação “russa”.
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