segunda-feira, 5 de julho de 2021

Empoderadas: Mulheres no sistema prisional representam a emancipação feminina na segurança pública

 



Cada vez mais o público feminino vem conquistando espaços na sociedade, principalmente em ambientes - antes - predominantemente masculinos. Com muita determinação e coragem, as mulheres encaram novos desafios, deixando para trás quaisquer olhares preconceituosos e de subestimação. Reconhecendo a relevância e astúcia das policiais penais, em benefício da segurança das unidades penais, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), oferece oportunidades para o engajamento e executa, com rigor, a busca pela igualdade de gênero.

Melry Souza, da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), localizada no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, afirma que ser reconhecida pelo papel profissional e tratada com igualdade, é um diferencial para as servidoras. "A importância da mulher empoderada, da profissional, policial penal, é de uma valia muito grande. Dá uma responsabilidade para a mulher polícia penal, conseguir efetuar com êxito aquela - seja qual for - missão que foi dada", afirma.

Reflexo do trabalho em prol de um ambiente de igualdade, a Seap, por meio da Escola de Administração Penitenciária (EAP), garante a inserção das mulheres na linha de frente no trabalho e ampliação das vagas para qualificação. Por isso, a Seap tem se tornado paradigma na quebra de preconceito e humanização do sistema prisional. Pela primeira vez na história, realizou um curso voltado apenas para o público feminino e coordenado apenas por mulheres. Técnica e habilidade, são as características das policias penais.

Entre as atividades, o maior destaque de confiança no trabalho, foi para a execução da revista noturna, Comandada pelas participantes do curso, no Centro de Reeducação Feminino (CRF) de Ananindeua, uma cadeia de grande porte.

As policiais penais paraenses, foram as primeiras mulheres do Brasil a realizarem sozinhas, uma revista noturna. Atividade essa, de grande relevância para a segurança pública, pois garante a estabilidade do sistema 24 horas por dia, mantendo a disciplina dentro das unidades prisionais, obedecendo rigorosamente ao Manual de Procedimentos Operacionais da Seap.


"Mulheres à frente de ações, é um progresso relevante, não somente para o sistema prisional, como para fora dele. A desconstrução da ideia, de que somente os homens tem força e habilidades para controlar um sistema é um exercício diário dentro dessa gestão, do qual não abro mão. Na nossa administração, as mulheres estão no lugar que elas querem estar. ", afirma o Secretário de Estado de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos.

Qualificação

No I Curso de Intervenção Penitenciária Feminino (I CIPFEM), no Pará, encerrado no último dia 22, mais 19 policiais penais femininas se tornaram aptas para qualquer ação prisional, de forma técnica. Foram 15 dias de programação, com disciplinas teóricas e práticas, para aperfeiçoamento das habilidades das policiais penais. São técnicas de estratégias que devem ser aplicadas durante possíveis crises, exigindo delas o pensamento lógico, a ação inteligente e rápida para intervenções, defesa pessoal, escolta armada, combate a incêndio, entre outras.

O curso marca uma nova trajetória no empoderamento das mulheres, dentro do sistema penitenciário paraense, priorizando as peculiaridades e especificidades desse público, o que representa 20% dos servidores operacionais, que atuam dentro dos blocos carcerários e em operações prisionais no Pará. O sistema prisional paraense possui atualmente, 1346 servidoras mulheres, destas, 588 são policiais penais e agentes penitenciárias.

Lotada no Presídio Estadual Metropolitano II (PEM II), em Marituba, a policial penal, Eliane Nunes Figueiredo, manifesta satisfação em participar da primeira turma de um curso tão emancipador como o I CIPFEM. "Hoje, as mulheres, igualmente aos homens, também executam atividades de alto risco e que exige muita habilidade. As mudanças, você vê no sistema prisional agora, depois de ter feito até uma revista noturna. Foi marcante.", comemora.

Para a participante Gisele do Nascimento, do CRF de Ananindeua "Mulheres qualificadas para qualquer ação, devem acrescentar muito mais dentro da casa penal, pois é importante a habilidade e preparo para lidar em todas as áreas do sistema", afirma. Segundo ela, a Seap tem desempenhado uma função brilhante nesse sentido. "Evidentemente nos superamos nesse percurso, que foi um treinamento físico extremamente cansativo, mas muito proveitoso, nos dando muito mais condições para executarmos melhor nosso trabalho. Eu estou preparada pro que der e vier.", conclui.

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