Investigações em 11 Prefeituras,
e podem ter causado morte de 2 prefeitos no sudeste do Pará
Segundo matéria do jornalista
investigativo Paulo Jordão e publicada no site Ver-o-Fato, as investigações
iniciadas em 2017, após o assassinato do prefeito de Tucuruí, Jones William da Silva
Galvão, em 25 de julho, indicam que, além dele, o gestor de Goianésia do Pará,
João Gomes, conhecido como Russo, pode ter sido alvo de assassinato, tudo porque,
ambos se envolveram com uma suposta organização criminosa formada por agiotas e
contraíram dívidas para bancarem suas campanhas.
Não está ainda confirmado se a morte
do prefeito de Breu Branco, Diego Kolling, filho do ex-prefeito, Alemão, teria
sido uma forma de represália de agiotas, mas as suspeitas continuam no crivo
dos investigadores.
Uma operação, batizada de “Redoma do
Lago”, coordenada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), em
conjunto com a Procuradoria Geral do Ministério Público do Pará, investiga a
existência de um esquema criminoso que envolve agiotagem nas prefeituras de
Tucuruí, Goianésia do Pará, Anapu, Cametá, Cumaru do Norte, Jacundá, Novo
Repartimento, Pacajá, Parauapebas, Rondon do Pará e Tailândia.
As apurações iniciais realizadas pela
Procuradoria da Prefeitura de Tucuruí mostraram uma nova modalidade de fraudes
para lesar os cofres públicos das prefeituras.
Trata-se de agiotagem para bancar
campanhas de candidatos, com contrapartida de sociedade da organização
criminosa no mandato.
Neste caso, o candidato assume
compromisso com os agiotas de pagar a dívida e de entregar várias pastas
municipais para o grupo criminoso.
No ultimo dia 8/03, o Procurador Geral
do Ministério Público do Pará, Dr. Gilberto Valente Martins, recebeu denúncia por
meio da Procuradoria do Município de Tucuruí, relatando o modo de agir da
quadrilha no município e em outras prefeituras paraenses.
Tucuruí – Segundo o levantamento, a
quadrilha desviou aproximadamente R$ 180.000.000,00 (cento e oitenta milhões)
dos cofres municipais.
O golpe foi constatado por uma
auditoria e perícia contábil feita pelo contador e perito Kleber da Cunha Ota,
nas notas de empenhos, notas de liquidação e ordens de pagamento entre o período
de 1º de janeiro de 2015 a 30 de abril de 2018.
Foi constatado “grande volume de
pagamentos irregulares, frutos de processos licitatórios e contratos realizados
à época para um grupo de empresas, tendo à frente o empresário Alexandre de
França Siqueira, sócio majoritário e administrador das empresas”.
Uma parte da denúncia da Procuradoria
da Prefeitura de Tucuruí diz o seguinte: “Aqui destacamos tão somente os pontos
relevantes que evidenciam uma organização criminosa que atuava no município de
Tucuruí ao arrepio da lei penal, durante o período de 01 de janeiro de 2015 a
31 de julho de 2017 e, retornando, no período de dezembro de 2017 a 30 de abril
de 2018, constatando práticas de direcionamento em certames licitatórios e
fraudes nos processos licitatórios, perpassando por simulação de execuções de
prestação de serviços para validar as liquidações das despesas, até chegar às
ordens de pagamentos, realizadas com documentos fiscais inidôneos e cheques
utilizados para pagamentos com assinatura totalmente divergente da assinatura
padrão oficial do prefeito Jones William da Silva Galvão, assassinado em 25 de
julho de 2017, ensejando tudo para o efetivo desvio de recurso público”.
Segundo a denúncia, as provas
levantadas, aponta o empresário Alexandre Siqueira França como chefe do esquema
criminoso, sendo ele titular de várias empresas que ganharam licitações nos
municípios envolvidos.
Alexandre Siqueira figura como o
principal financiador da campanha do prefeito assassinado de Tucuruí, Jones
William.
A maioria dos cheques descontados
tinha como beneficiárias as empresas de Alexandre Siqueira. O esquema era
repetido sistematicamente nas outras prefeituras. Um inquérito corre em segredo
de justiça.
Além de Siqueira, estão envolvidas no
esquema a viúva de Jones William, Graciele da Silva Galvão, funcionária do
Banpará que facilitava os descontos dos cheques e que também descontou cheques
pessoalmente enquanto o corpo do marido era velado; Poliana da Silva Rocha,
gerente da agência do Banpará de Goianésia; Moisés Gomes Soares Filho,conhecido
como Moises Águia, secretário municipal de finanças; Odir José Moraes Viana,
empresário; Firmo Leite Giroux, ex-superintendente do IPASET (Instituto
Previdenciário de Tucuruí); Andrey Fernandes Mateus, servidor público do IML.
Outros envolvidos no esquema
criminoso também estão sendo investigados, segundo apuração do site Ver-o-Fato.
Nos próximos dias novos fatos
reveladores virão a tona, afivelem os cintos e relaxem, pois muitos dos que se
dizem “anjos de candura” vão conhecer as profundezas do inferno.
Texto: Paulo Jordão
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