Eletronorte pede novo prazo para análise
da pauta dos expropriados
Desde as primeiras horas da segunda-feira
(03), uma grande quantidade de manifestantes coordenados pelo Movimento dos
Expropriados da Usina Hidrelétrica de Tucuruí à Jusante e Montante, ocuparam a
portaria principal do prédio sede da Administração das Vilas da UHE Tucuruí.
Cerca de 100 expropriados acamparam literalmente
de “malas e cuia”, para pressionar a estatal no cumprimento das condicionantes,
que ao longo dos 30 anos foram deixadas ao esquecimento, e que agora, novamente
estão sendo exigidas de forma contundente para garantir efetivamente os
benefícios aos mais de 8 mil expropriados que tiveram seus patrimônios lesados
pela inundação de suas terras com a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí
juntamente com as Eclusas.
A ocupação teve como meta, forçar uma
mesa de negociação entre expropriados e a direção da estatal, durante a manhã
da segunda-feira, os manifestantes através da coordenação do movimento foram
orientados que as 16 h seriam recebidos pelos dirigentes da empresa. Os
manifestantes improvisaram uma fogueira e na frente do prédio da estatal
fizeram seu almoço para aguardar a reunião.
Ocupação – A ocupação pacifica não
alterou o funcionamento do órgão, mas foi uma forma de represália contra a
estatal, que não se representou na reunião ocorrida na última quarta-feira
(29), mesmo garantido que se faria presente desde que os manifestantes
liberassem o tráfego de veículo com o fechamento da BR-422 no Km 11, ocorrido
no último dia 27, que culminou com a realização da reunião no auditório do Cine
Rox na Vila Permanente em Tucuruí.
Os dirigentes do movimento juntamente
com a coordenação da Apovo, ao verificar a chegada do final do expediente da
estatal as 17 h, e nada da comissão ser chamada para a reunião, resolveu radicalizar
e ocuparam o saguão da sede administrativa das Vilas da Eletronorte em Tucuruí.
Com a entrada dos manifestantes no
prédio, os dirigentes da empresa resolveram atender a comissão, na reunião
estiveram presentes um dos diretores de engenharia da Eletrobrás Eletronorte,
que veio de Brasília para o encontro com a comissão dos expropriados, e juntamente
com a equipe de engenharia de Tucuruí receberam a pauta de reinvindicações com
43 itens, e pediu a comissão um prazo até o dia 21 de setembro para dar uma
posição oficial das metas que serão atendidas pela Eletrobrás.
A reunião teve início as 18:30 h e
estendeu-se ate as 21:30 h, as lideranças foram incisivas em exigir o
cumprimento destas condicionantes, que ao longo de toda a história da construção
e funcionamento da Usina de Tucuruí, foram “empurradas com a barriga”, e agora novamente
a estatal pede novo prazo, “estaremos dando novamente esta oportunidade para
que a empresa resgate seus compromissos junto a toda a região do lago de
Tucuruí”, afirmou Samuel Pereira coordenador da Apovo.
Após a reunião a Eletronorte garantiu o
transporte aos colonos e ribeirinhos que participaram da manifestação, para o regresso
as suas localidades, aguardando o retorno das negociações previsto para o dia
21 de setembro em Tucuruí.
Entenda o Caso:
Através da Associação das Populações
Organizadas Vítimas das Obras no Rio Tocantins e Adjacências – Apovo, os
manifestantes levaram novamente ao conhecimento da estatal uma extensa pauta de
reivindicações levantada pelo Movimento, com cerca de 43 itens.
As lideranças cobram, dentre outras, a
continuidade do programa Cheque Moradia que atende cerca 7 mil famílias nos
municípios de Tucuruí, Breu Branco e Baião. Eles denunciam ainda o descaso e
abandono da Gestão Estadual do Mosaico do Lago de Tucuruí e o desvio de
dinheiro público que inviabilizou as atividades pesqueiras na região do lago
atingindo sete municípios que compõem a área de proteção gerenciada pela
Eletronorte. (Wellington Hugles)
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